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Espaço generalista de informação e de reflexão livres. Na verdade, o politicamente incorreto afigura-se, muitas vezes, como a mais eficaz solução para se ser humana e eticamente LEAL! Desde 18.ago.2008. Ano XI.
Pode parecer disparatado ou pretensioso, mas cada ferramenta (útil) a mais, em qualquer blog, pode fazer a diferença.
Por isso, surgiu a ideia de generalizar o acesso a este espaço. Ademais, não esqueçamos que nos dias de hoje os telemóveis fazem tarefas que nem verdadeiros computadores, somando-se a evidência de que as pessoas têm cada vez menos tempo livres.
Ao criar esta opção, penso estar a viabilizar mais uma forma simples e rápida para os leitores acompanharem as actualizações.
Assim, a qualquer hora e em qualquer lugar, poderá visitaro blog do ALHO marcando no seu telemóvel http://blogdoalho.mofuse.mobi/
Se eu fosse nuvem tinha imensa mágoa
Não te servindo de asas maternais
Que te pudessem abrigar da água
Que chovesse das mais!
E sendo eu onda, tinha mágoa suma
Não te podendo a ti, mulher, levar
De praia em praia sobre a alva espuma,
Sem nunca te molhar!
E sendo aragem eu, que pela face
Te roçasse de rijo alguma vez
Que o Senhor com mais força respirasse...
Que mágoa imensa... Vês?
E a luz do teu olhar que me não luza
Um rápido momento a mim sequer,
Como a águia no ar, que passa e cruza
A terra sem na ver!
Mas que me importa a mim! Se me esmagasses
Um dia aos pés o coração a mim,
As vozes que lhe ouviras, se escutasses,
Era o teu nome... sim;
O teu nome gemido docemente,
Com toda a fé de um mártir em Jesus.
Se acaso já em Cristo pôs um crente
A fé que eu em ti pus!
A fé, mais o amor! Porque ele expira
Sem que a ninguém lhe estale o coração;
E eu, se essa luz dos olhos me fugira,
Sobrevivia? Não.
Assim como em ti vivo, morreria
Também contigo, se uma vez (que horror!)
Te visse pôr, ó Sol!... Sol do meu dia!
Astro do meu amor!
João de Deus, in 'Campo de Flores'
Mulheres de ontem
1. Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas.
Jornal das Moças, 1957
2. Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afecto.
Revista Cláudia, 1962
3. A desarrumação numa casa de banho desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa.
Jornal das Moças, 1965
4. A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas. Nada de incomodá-lo com serviços domésticos.
Jornal das Moças, 1959
5. Se o seu marido fuma, não arranje zanga pelo simples facto de cair cinzas nos tapetes. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa.
Jornal das Moças, 1957
6. A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar a uma mulher que não tenha resistido a experiências pré
nupciais, mostrando que era perfeita e única, exactamente como ele a idealizara.
Revista Cláudia, 1962
7. Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu.
Revista Querida, 1954
8. O noivado longo é um perigo.
Revista Querida, 1953
9. É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido.
Jornal das Moças, 1957
10. E para finalizar, a mais de todas:
O LUGAR DA MULHER É NO LAR. O TRABALHO FORA DE CASA MASCULINIZA.
Revista Querida, 1955
A CONCLUSÃO A QUE ALGUNS OS HOMENS AINDA CHEGARÃO:
"Já não se fazem mais revistas didácticas e carregadas de moral e amor como antigamente …"
Dicionário de Bolso
(Obs. – É favor ler em voz alta.)
RUSSO |
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Conjunto de árvores |
Boshke |
Insecto |
Moshka |
Político |
Caganopovo |
Defunto |
Sefoy Prakova |
Sogra |
Storvo |
ALEMÃO |
|
Abrir a porta |
Destranken |
Não me interessa |
Queselich |
Bombardeio |
Bombascaen |
Chuva |
Gotascaen |
Sogra |
Ajjj |
ÁRABE |
|
Metralhadora |
Allavai Abalabalabalabalabala |
Elevador |
Alicima Vai |
Necessito um banho |
Molhamed |
Sogra |
Alvíborah |
CHINÊS |
|
Cabelo sujo |
Chin-Champu |
Descalço |
Chin Chinela |
Top-less |
Chin-Chut-Yiã |
Náufrago |
Chin-Chu-Lancha |
Nudista |
Chin-Calcao |
Pobre |
Chen Luz, Chen Agua e Chen Gaz |
Veneno |
Bai Gon |
Estudante |
Xu-Lo-Pai |
Ladrão |
Fin-To-Xui |
Politico |
Chin-Pan-Ze |
Sogra |
Bru-Xa-Feia |
INGLÊS |
|
Banheira giratoria |
Tina Turner |
Indíviduo de bom autocontrole |
Auto Stop |
Copie bem |
Copyright |
Talco para caminhar |
Walkie Talkie |
JAPONÊS |
|
Adivinhador |
Komosabe |
Bêbado |
Yochi Tomo Whiski |
Café amargo |
Takaro Azukar |
Top Less |
Sakare Ateta |
Diarreia |
Kagasoagua |
Carro |
Kenon Hémoto |
Compre |
Adkira |
Terror |
Aikimedu |
Fraco |
Yono Komo |
Roubaram-me a moto |
Yononvejo M'yamaha |
Meia volta |
Kasigiro |
Bilhar |
Takada Nabola |
Bar |
Boti Kin |
Político |
Roba Kasitudo |
Se foi |
Non-ta |
Acabou a gasolina |
Yaminhamoto Nonanda |
Vice-campeão |
Kuasi-Ganho |
Ainda tenho sede |
Kiro Maisagwa |
WC |
Akisicaga |
Fim |
Saka-bo |
Não te desejo um presente qualquer,
Desejo-te somente aquilo que a maioria não tem.
Tempo, para te divertires e para sorrir;
Tempo para que os obstáculos sejam sempre superados
E muitos sucessos comemorados.
Desejo-te tempo, para planear e realizar,
Não só para ti mesmo, mas também para doá-lo aos outros.
Desejo-te tempo, não para ter pressa e correr,
Mas tempo para encontrares a ti mesmo,
Desejo-te tempo, não só para passar ou para vê-lo no relógio,
Desejo-te tempo, para que fiques;
Tempo para te encantares e tempo para confiar em alguém.
Desejo-te tempo para tocar as estrelas,
E tempo para crescer, para amadurecer.
Desejo-te tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassar.
Desejo-te tempo também para poder voltar atrás e perdoar.
Para ter novas esperanças e para amar.
Não faz mais sentido protelar.
Desejo-te tempo para ser feliz.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo-te tempo, tempo para a vida.
Desejo-te tempo. Tempo. Muito tempo!
Ramiro Marques
O regresso dos pais autoritários
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Os pais têm de recuperar a autoridade perdida e deixarem de querer agradar aos filhos, ou o mundo estará perdido, afirma um dos mais famosos pediatras do mundo. Fomos saber porquê.
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"Confesso que ia um bocado amedrontada. Afinal, ia entrevistar um dos homens responsáveis por um dos maiores escândalos educativos das últimas décadas, o homem que defendera a urgência do regresso ao poder dos pais contra os todo-poderosos filhos.
Acusado de tudo, de fascista para baixo, o pediatra líbio-francês Aldo Naouri diz que os pais se demitiram do seu papel de educadores e em vez disso se dedicam a satisfazer a criança, com o único desejo de se fazerem amar. Diz que confundimos frustração com privação. Diz que transmitimos à criança que não só pode ter tudo como tem direito a tudo, içando-a ao topo do edifício familiar, onde ela nunca esteve e onde nunca deveria estar. Diz que um filho hoje não é criado para se tornar ele próprio, mas para gratificar e servir o narcisismo dos pais. Diz que estamos perante uma epidemia que encoraja os pais a seduzirem as crianças, tornando-as assim em seres obsessivos, inseguros, amorfos e emocionalmente ineptos, que não sabem gerir as suas pulsões e são incapazes de encontrar o seu lugar no mundo. Em resumo, esperava alguém mais parecido com o Deus do Velho Testamento, que me recebesse com raios e coriscos, ou pelo menos uma praga de gafanhotos. Em vez disso, recebeu-me com um sorriso só equivalente ao sol de Lisboa, agarrou-me na mão, perguntou-me por que é que não tinha filhos e assegurou-me que os homens são todos uns egoístas. "Portanto, madame, é só escolher um! São todos iguais!" Por entre gargalhadas, falou-se de coisas muito sérias, como aquilo que andamos a fazer às crianças. Ora leiam.
- Então, nada de democracia para as crianças?
- Não. É fundamental que estejam numa relação vertical: os pais em cima, as crianças em baixo. Porque há uma diferença entre educar e criar. Criar é dar-lhe os cuidados básicos, dar-lhe banho, alimentá-lo, etc. É como criar galinhas. Educar é haver qualquer coisa que não existe e que é preciso formar. Por isso a criança não está nunca ao mesmo nível dos pais, não pode haver uma relação horizontal. Se quiser compreender o que se passa na cabeça de uma criança numa relação horizontal, imagine o seguinte: você está num avião, e o comandante vem sentar-se ao seu lado. Você pergunta, Mas quem é que está a guiar o avião? E ele diz, 'Ah, é um passageiro da primeira fila que eu pus no meu lugar.' A criança tem necessidade de alguém acima dela. - Diz que os pais esqueceram o seu papel de educadores porque querem ser amados pelas crianças. Por que é que isto acontece?
- Como todas as crianças, tiveram conflitos com os pais. E como todas as crianças, amam-nos mas guardaram muitos ressentimentos. E não querem que os seus filhos tenham esse tipo de ressentimento em relação a eles. E pensam que a melhor maneira de o fazer é seduzir a criança para que ela o ame. O que é um enorme erro. Porque nesse momento, a relação vertical inverte-se. A hierarquia fica de pernas para o ar, e quando isso acontece, destruímos a crianças. - O problema é que as pessoas confundem autoridade com violência. Autoridade é fazer-se obedecer, não é dar uma palmada, que o senhor aliás desaprova.
- Completamente! Não aprovo palmadas de que género for, nem na mão nem no rabo. Ter autoridade não é agredir a criança. Ter autoridade é dizer: 'Quero isto', e esperar ser obedecido. Quero que faças isto porque eu disse, e pronto. Autoridade é só isto, é assumir o seu dever. Não vale a pena ser violento, aliás porque a criança sente a autoridade. É quando o pai ou a mãe não está seguro do seu poder que a criança tenta ir mais longe. Quando há uma decisão que é assumida pelos pais, ela cumpre-a. - Uma terapeuta de casal dizia que as pessoas hoje não têm falta de erotismo, dirigem-no é todo para as crianças...
- Sem dúvida. E é isso que é urgente mudar. O slogan 'a criança acima de tudo' deve ser substituído por 'o casal acima de tudo'. A saúde física e psíquica das crianças fabrica-se na cama dos pais. Por que isso não acontece é que há tantos divórcios, e depois a vida torna-se muito mais complicada para a mãe, o pai e a criança. Se elas decidem privilegiar a relação de casal, estão a proteger a criança. - Educou os seus filhos da forma que defende?
- Sim sim, eu eduquei os meus três filhos tranquilamente. A autoridade significa serenidade, não violência. Ainda hoje, que eles já são mais do que adultos, nos reunimos às vezes para jantar. E no outro dia, falámos sobre as viagens de carro que costumávamos fazer - sempre viajei muito com eles. Quando se portavam mal, eu virava-me para trás e dizia: - Olhem que eu páro o carro e deixo-vos a todos aqui na autoestrada! - Só há pouco tempo é que percebi que eles achavam que eu estava a falar a sério e que seria capaz de os abandonar na estrada! (ri). Tal é a força da autoridade. Mas isso não tem importância, o importante é que funcionava! (ri) - Diz que o pai tem de ser egoísta mas também diz que uma das tragédias do mundo moderno é a ausência do pai... Qual é então o papel do pai, para lá de ser egoísta?
- Tem duas funções: a primeira é a de possibilitar à mãe o exercício da sua feminilidade. A segunda é a de se oferecer ao filho ou filha como um escudo contra a invasão da mãe. Porque de outra maneira, a mãe vai tecer à volta do seu filho um útero virtual, extensível até ao infinito. O pai não está presente como a mãe, mas é preciso que esteja presente. - Mas hoje exige-se aos pais que façam uma data de coisas, que mudem fraldas, que ponham a arrotar, que ensinem karaté...
- Não é preciso. Porque na cabeça das crianças tudo está muito claro: aquela que o filho ama acima de tudo é a mãe, que sempre respondeu às suas necessidades desde que estava na sua barriga. Se alguém lhe diz 'não', mesmo que seja a mãe, para ele a culpa é do pai. Ou quando muito, da não-mãe. No inconsciente de uma criança, o pai não existe. Só há a mãe. O pai tem de se construir, a bem das crianças e a bem da mãe delas. - Antes de ler este livro não tinha consciência de que as crianças estavam tão perturbadas.
- Li um artigo recentemente do director do centro médico-pedagógico de Paris, que afirmava que em 2008 tinha recebido 394 novas famílias, e que a maior parte tinham problemas psicológicos. No fim da primária, 40% dos alunos ainda não dominam a língua, e isto é grave. E não porque tenham problemas físicos ou sejam burros: é porque não os sabemos educar. Mas é uma tarefa difícil, porque mesmo as instâncias governativas vão no sentido de seduzir a criança. Porque as crianças vendem, são um produto que se compra e se compara. Todo o mundo vai no sentido de deixar a criança fazer o que quer, porque é mais fácil que ela não cresça. Mas o que vai acontecer é que essas crianças, se não travadas, vão crescer e fabricar sociedades absolutamente abomináveis, onde será cada um por si, onde não haverá solidariedade. - Nem cientistas... É o senhor quem o diz...
- (ri). Apesar de tudo, estou optimista. As pessoas querem saber como podem mudar. Não sou o único a dizer estas coisas, mas digo-as de forma bruta. Tenho 40 anos de experiência com pais e crianças. E é muito fácil mudar, quando começamos a ver a lógica das coisas. Além disso, o que eu pretendo é simplificar a vida das pessoas. Não quero voltar àquilo que se fazia há um século. Não quero pais castradores. - O que é um pai castrador?
- Não é um pai autoritário, é um pai fraco, intranquilo, desconfortável na sua pele e na sua posição. O que eu digo é, a sua posição como pai ou mãe está assegurada à partida. Só tem de exercê-la. Uma vez, apareceu-me uma mãe muito alarmada porque a filha não dormia. Aconselhei-a a dizer à criança, antes de dormir: 'Podes dormir tranquila. Não preciso mais de ti hoje.' E a criança dormiu a noite toda. Por isso eu digo no fim das consultas, a todas as crianças, tenham elas 1, 7 ou 14 anos, 'Muito obrigado por me teres trazido os teus pais à consulta. Agora podes ficar descansado, eu ocupo-me deles.' E O QUE NÃO DEVEMOS... - Rituais antes de dormir, como a história ou a cantiga, é para irem à vida. Só servem para ritualizar o medo da criança. Deve-se mandar a criança para o quarto, e aí ela fará o que quiser com o seu tempo. - Angustiar-nos com as horas de sono. É absolutamente necessário livrarmo-nos da obsessão do número de horas que eles dormem. - Nunca, em circunstância alguma, se deve obrigar uma criança a comer. - Biberão, chupeta e objectos de transição devem desaparecer antes do fim do segundo ano da criança. - Bater nunca: nem na mão nem no rabo. - Elogiar, só para coisas excepcionais. - A criança não deve escolher a sua roupa. - Uma ordem não tem de ser explicada, tem de ser executada. A explicação que é dada ao mesmo tempo que a ordem apaga a hierarquia. Se quiser explicar, só depois da ordem cumprida. A figura parental nunca, mas nunca, tem de se justificar perante o filho. (Para ler: 'Educar os Filhos', Aldo Naouri, Livros d'Hoje.)
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